domingo, 1 de fevereiro de 2015

40 Coisas antes dos 40 - Cath up meeting

Então um post rapidíssimo para saber o quanto já foi cumprido e quanto falta ainda para terminar essa lista, porque eu já fui cobrada por colegas (cujo nome não colocarei aqui) para mudar de assunto.
A contagem comprova que 20% do lista foi cumprida. Tenho exatos 8 meses para cumprir 80%. Creio que o tempo está apertado... Só de pensar na atividade física tenho calafrios...

1) Escrever um blog. Check!
2) Fazer uma viagem sozinha com $$$   Check!
3) Voltar a Londres mais uma vez   Check! 
4) Tomar o chá das 5 (em Londres de preferência).  Check! 
5) Visitar a Guiness Storehouse em Dublin.  Então essa não deu para fazer. E agora?
6) Visitar a Wychwood Brewery - casa da minha cerveja favorita Hobgoblin. Fica em Witney, Oxfordshire (como chegarei lá???)   Check! 
7) Visitar o túmulo do Ian Curtis. Fica em Macclesfield perto de Manchester (me julguem).  Check! 
8) Fazer um tour do rock em Manchester.  Check! 
9) Beber uma pint em um pub, comendo fish and chips em horário comercial (isto significa tipo quinta-feira as 15h00). Check! 


10) Falar inglês como um local (ok pode ser que não seja assim tão fácil).
11) Comer em restaurante com estrelas Michelin (pode ser uma).
12) Fazer as tatuagens que estão na lista (de tatuagens) faz tempo.
13) Fazer uma atividade física (isso merece um post longo).
14) Andar mais de bicicleta (tirar a coitada da poeira).
15) Fazer uma coisa inusitada com o meu filho.
16) Experimentar algo que nunca comi.
17) Ler 40 livros (bom serão menos livros. Como disse um amigo, se eu for ler todos esses livros em um ano não terei tempo para fazer o resto da lista).
18) Aprender a fazer origami.
19) Viajar um final de semana com os meus pais e com o meu irmão.
20) Aprender a falar espanhol.
21) Ir ao máximo de shows das minhas bandas favoritas que eu puder.
22) Visitar Aparecida do Norte.
23) Fazer a visita guiada no Cemitério da Consolação.- terças e sextas, às 9h ou 14h, com duração de 1h30.
24) Comer o sanduíche de pernil do Bar Estadão.
25) Fazer um piquenique no Ibirapuera.
26) Subir ao topo do  prédio do Banespa.
27) Fazer um tour no centro de São Paulo com alguém que nunca foi.
28) Fazer um curso de degustação de cerveja.
29) Fazer um curso de degustação de vinho (depois ir para o AA).
30) Realizar um trabalho social bacana.
31) Fazer uma aula de dança que eu goste muito.
32) Visitar minha amiga Adriana em Visconde de Mauá.
33) Rever e tomar um chopp com pessoas que significam muito para mim mas não vejo a muito tempo.
34) Ter o final de semana romântico com o maridão (visto que queimei as férias nos primeiros itens da lista).
35) Cozinhar 10 pratos diferentes seguindo os 200 livros de receita que eu tenho em casa.
36) Fazer uma festa de confraternização de minha antiga republica.
37) Visitar Araraquara com a minha família.
38) Assistir ao jogo do Corinthians no Itaquerão com o meu filho e meu irmão.
39) Ficar linda para encarar os 40!!
40) Fazer uma festa de arromba para comemorar os 40!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

One Half Pint, Please - # 40coisasantesdos40

Para ler ouvindo: Rainbow - Robert Plant


E não acabam os posts de uma única viagem. Calma gente, vou mudar de assunto. Mas esse não podia faltar porque é sobre cerveja e pubs. Quer coisa mais legal!!
Sempre com moderação (!) eu gosto de cerveja, gosto mesmo. E agora com o universo de cervejas que existem aqui no Brasil de marcas nacionais e importadas, o momento é de se esbaldar.
Porém minha cerveja do coração é a Guinness. Ah ir ao pub e tomar Guinness é um momento único, Então o que dizer na Inglaterra!!

Darth Vader and his favorite beer
Comecei minha viagem mega tímida porque estava sozinha em Londres e não fui em nenhum (repita), nenhum pub. Passei na frente de vários principalmente na City, no horário do happy hour, lotados do "povo" do mercado financeiro. Porém não dava. Casada, sozinha não rola.
However, quando cheguei em Cambridge e arrumei um milhão de amigos e a recepção da escola era em um pub - Cambridge Blue, foi o momento de tomar a minha primeira pint de celebração da viagem.
Look the smile - I was happy
E assim foi. Porem o lugar que mais frequentei e que amei foi o Eagle Pub (1600 e algo). Ele disputa com o Pickerel o título de ser o pub mais antigo de Cambridge. Existem algumas lendas em torno do mesmo:
1) O DNA foi "estudado e descoberto" pelos dois descobridores nas mesas do pub. Existe uma placa indicativa em homenagem dentro do pub.
2) Existe uma janela que sempre fica aberta no andar no sótão. Se ela se fechar um incêndio irá acontecer (ghost story).
3) Os soldados na segunda guerra mundial fizeram um grafitti no teto (dizem que existe uma mulher pelada). Eu não vi!

en.wikipedia.org
O Eagle é um tipico pub, velho, apertado, porem com varias salas diferentes, boas cervejas, sempre lotado. O tipo de lugar que eu adoro. E eu fui várias vezes, com todas as minhas turmas da escola, Terça era o dia oficial!

Thinking about life...
Outros pubs que visitei em Cambridge: The Granta, The Anchor (ambos na beira do canal, creio que no verão são maravilhosos para uma cervejinha a tarde), The Pickerel e o pub do meu bairro The Panton Arms.
Cosy and nice local pub 

And with a half pint in my hand I say: Cheers!

Fish and Chips ans Guinness  - Brazilian business hour

Beber uma pint em um pub, comendo fish and chips em horário comercial - Mission Acomplished!

domingo, 25 de janeiro de 2015

São Paulo you are beautiful - 461 anos!

Para ler ouvindo Ira - Pobre Paulista

Todos os não se agitam

Toda adolescência acata
E a minha mente gira
E toda ilusão se acaba
Dentro de mim sai um monstro
Não é o bem, nem o mal
É apenas indiferença
É apenas ódio mortal
Não quero ver mais essa gente feia
Não quero ver mais os ignorantes
Eu quero ver gente da minha terra
Eu quero ver gente do meu sangue
Pobre São Paulo
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo
Pobre paulista, Oh, Oh
Eu sei que vivo em louca utopia
Mas tudo vai cair na realidade
Pois sinto que as coisas vão surgindo
É só um tempo pra se rebelar
Pobre São Paulo
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo
Pobre paulista, Oh, Oh

Parou, pensou e chegou ... a essa conclusão
Pobre São Paulo
Pobre paulista, Oh, Oh

Pobre São Paulo, pobre paulista
Pobre São Paulo, pobre paulista
Pobre São Paulo, pobre paulista
Pobre São Paulo, pobre paulista


Então eu sou paulistana da gema. Nasci na Vila Carrão, morei até os 11 anos na Zona Leste em um bairro perto de São Mateus. Ia para a escola sozinha, brincava com duas amigas que tinham apenas 3 trocas de roupas, aprendi a andar de bicicleta na garagem, não podia andar na rua por causa dos ônibus da CMTC que passavam como malucos... Passeava no final de semana no Parque do Carmo, na Cidade da Criança e no zoológico.

Childhood in Sao Paulo 
São Paulo era sinonimo de muito muito trabalho para os meus pais, de uma cidade meio cinza, meio triste, mas eu me lembro de ser muito imaginativa (post para outro dia) e encontrava meios de brincar sozinha. Mas também era um bairro muito inseguro e fomos assaltados três vezes, sendo da ultima vez não muito legal...
Meu pais decidiram se mudar para o interior. Achei que estava indo para o paraíso, para a liberdade o mundo sem fronteiras kkkk. E foi assim no começo. Andava de bicicleta na rua, fazia jazz, estudava em uma escola que possivelmente não teria tiroteio. Porém foi chegando a adolescencia e o tempo de interior foi se esgotando. O único objetivo era voltar para São Paulo, o que significa passar na USP (Universidade de São Paulo) e não foi bem assim. Acabei indo para outra: UNESP (Universidade do Estado de São Paulo) me empurrando para o interior mais um pouco.
Porem, desde 1997, Sampa voltou a ser o meu lar. Meu lar que chamo de lar mesmo. Amo morar em São Paulo, dificilmente reclamo de estar aqui, do transito, da violência, como todo mundo reclama, Não cogito sair daqui para outro lugar do Brasil (cogito em morar fora do Brasil).

Beauty in the rain
São Paulo tem 200 milhões de defeitos, atualmente o pior deles é ter um população muito elevada de walking deads (drogados do crack) nas ruas e um transito infernal que faz com que qualquer monge budista perder a paciência (motivo que abandonei o hábito de dirigir). Agora ainda estamos enfrentando a pior seca que já foi vista na cidade, o que pode levar a um caos que nem consigo imaginar como poderá ser. Mas mesmo assim continuo aqui.

Rare moment in Sampa

Onde podemos comer em qualquer hora todos os pratos do mundo? Melhores restaurantes, barzinhos, vida noturna, exposições, elegância das pessoas, estilos dos mais variados tipos, migrantes e imigrantes de todos os lugares que podemos imaginar. Amo o centro de São Paulo, a Liberdade, o parque do Ibirapuera (deveria frequentar mais visto que fica pertissimo de casa).

Ibirapuera park
E fora o clássico de São Paulo que é o happy hour, a vida do botequim, a cerveja gelada, o pastel de feira, o caldo de cana, a coxinha, o restaurante por quilo, as modas que vem e vão (agora são as paletas mexicanas), os foods trucks, os estrelados de Alex Atala... Ah tem tanta coisa para falar...

São Paulo aqui vai minha homenagem para você: Você é linda!! You are beautiful! I love you!

Beer, cachaça and meat ball - Bexiga Domingo a Adoriran


E o nome do blog é em homenagem a uma árvore frutífera que fica na frente do meu prédio!!! Quem disse que em São Paulo você poderia comer mexericas do diretamente do pé?
Tangerine Tree with baby tangerines

365 - São Paulo

Tem dias que eu digo "não"

Inverno no meu coração
Meu mundo está em tua mão
Frio e garôa na escuridão...

Sem São Paulo

O meu dono é a solidão
Diga "sim"
Que eu digo "não"...(2x)

Tem dias que eu digo "não"

Inverno no meu coração
Meu mundo está em tua mão
Frio e garôa na escuridão...

Sem São Paulo

Oh! Oh! Oh!
O meu dono é a solidão
Diga "sim"
Que eu digo "não"...(2x)

Quem é seu dono?

Ninguém, São Paulo
Quem é seu dono?
Ninguém, São Paulo...

Tem dias que eu digo "não"

Inverno no meu coração
Meu mundo está em tua mão
Frio e garôa na escuridão...

Sem São Paulo

O meu dono é a solidão
Diga "sim"
Que eu digo "não"...(2x)

Desperta São Paulo!

Desperta São Paulo!


domingo, 18 de janeiro de 2015

Music, Tears and To Be Hungry - #40coisasantesdos40 - Parte 2

Para ler ouvindo Joy Division - Love will tear us apart:



Enfim a segunda parte (como se existissem fãs esperando ansiosamente o resto da estória). Então tudo começa na adolescencia e bla bla bla. Não lembro quando comecei a gostar de Joy Division, mas sim os caras são (juntando com The Smiths e outros poucos) os que me acompanham musicalmente desde a adolescencia. Meu vynil de Closer ainda resiste bravamente!!


Joy Division Tshirts - all mine

Quando decidi ir para Manchester automaticamente coloquei nos meus planos uma visita ao cemitério onde as cinzas de Ian Curtis estão enterradas - Macclesfield, que fica ao lado sendo apenas 30 minutos de trem. Fiz uma pesquisa em sites dedicados ao Joy e entendi que valia a pena mesmo já que era caminho para Oxford.
Durante a viagem fiz a minha lição de casa e terminei de ler o livro Ian Curtis - Tocando a distância escrito pela mulher dela Deborah Curtis. Coincidência ou não a sua amante Annik Honoré morreu com 56 anos em julho de 2014, época em que comecei a pesquisar a viagem. Lendo o livro tive um certeza plena de que Ian era muito perturbado. Ele amava Annik mas não largava a Deborah sem contar que quando realmente decidiu se divorciar ele vai lá e se mata na casa dela. Olha, que deprê. A genialidade em escrever musicas é inversamente proporcional a sua habilidade social. Claro que tem o fato da doença em si (ele era epiletico) mas também de acordo com Deborah ele chegou a dar umas porradas nela. Ai, eu já não gostei muito dele não.
Desmistificado o ídolo, sobrou o fato de que sim, ele é um grande letrista. Profundo, melancólico e muito deprimente. Misturado ao fato que é banda é fantástica, produziram discos que foram basicamente influência para todas as bandas de rock (boas) posteriormente. A dança epilética dele pode ser facilmente reconhecida em Renato Russo por exemplo (que era grande fã).
Tive a oportunidade de assistir ao Peter Hook em São Paulo tocando Unknown Pleasures na integra, chorei várias vezes, não acreditava que estava assistindo aquele show.


Macclesfield Train Station

Munida de uma sacola cheia de tranqueira que incluía também um vinil de Unknown Pleasures comprado em Manchester (olha que significado), tendo comido somente uns pedaços de frango e um suco de laranja no trem, desci na estação de trem e conforme estava descrito no roteiro peguei um táxi até o Cemitério (segundo do dia). Quando entro no taxi e peço para ir ao cemitério, o motorista já manda a pergunta: "Are you a Joy Division fan?" Yes, I am. " You look like one...!" Oh God!. Então o taxista um senhor muito simpático foi em todo o caminho falando para eu não ter nenhuma perspetiva com relação ao tamanho do túmulo, porque era apenas umam pedra e bla bla bla. Eu disse que já sabia, que tinha pesquisado e tinha um mapa de onde ficava o tumulo. Ele fez a gentileza de entrar no cemitério e me deixou a poucos metros da "pedra". A lapide não é original pois em 2008, um fã muito maluco roubou a mesma do cemitério. Essa alem de tudo é uma réplica (kkkkk).



Chegando ao cemitério, percebi que era bem vazio, tipo cemitério de filme de terror noir, arvores secas, túmulos velhos de 1000 anos e além disso ninguém lá. Muito segura de mim mesma, achando que teria um taxi rank na porta do cemitério dispensei o senhor taxista com uma gorjeta.
Então, enfim estava face to face com sua lapide. Ian Curtis o que falar para você, depois que fiquei sabendo que você um dia bateu em uma mulher.... Bom chamei ele de alguns nomes, mas depois tive que dar o braço a torcer sobre a sua carreira musical. E ver a lapide me deixou meio que sem reação. Olhei o que os fãs colocavam como tributo: moedas, isqueiros, cigarros, algumas velas, palhetas. Mas o que impressiona é o escrito mesmo: Ian Curtis 18-5-80 Love will Tear Us Apart. Música que conforme lenda foi escrita para Annik mas para mim é para Deborah ("yet there´s still this appeal that we´ve kept through our lives")  É uma música que eu gosto muito. Resolvi colocar o fone de ouvido e ouvi-la olhando para aquela lapide. Estranho? Pode parecer, mas foi intenso.

Strange picture of sad gravestone

Com 23 anos de idade Ian decidiu que não dava mais para continuar, muito intenso, sucesso rápido, letras densas e com muita tristeza, questionamentos, dúvidas... A dança epilética dele neste video da BBC faz com que algumas pessoas se sintam incomodadas. Eu acho demais!


No filme Control, que tive o prazer de assistir em Londres em 2007, ao final toca Atmosphere, para mim uma das músicas mais tristes do mundo. O clipe feito apos a morte de Ian, bem tosco na verdade, mostra várias fotos dele, acho triste e bucólico ao mesmo tempo.


Walk in silence,
Don't walk away, in silence.
See the danger,
Always danger,
Endless talking,
Life rebuilding,
Don't walk away.

Walk in silence,
Don't turn away, in silence.
Your confusion,
My illusion,
Worn like a mask of self-hate,
Confronts and then dies.
Don't walk away.

People like you find it easy,
Naked to see,
Walking on air.
Hunting by the rivers,
Through the streets,
Every corner abandoned too soon,
Set down with due care.
Don't walk away in silence,
Don't walk away



Cemetery
Então tanta emoção e pensamentos profundos me levaram a voltar a realidade e um corvo fez o seu som com bastante intensidade e olhei para os lados e sozinha estava... Penso em apertar o passo para buscar o taxi o mais rápido possível quando me encontro na saida do cemitério: zero taxi, zero pessoas, zero vida. Google it: já tinha visto que andando dava uns 25 minutos e carregando coisas então e com 4 graus e uma chuvinha fina imagina!! Rapidinho eu estaria na estação. No caminho nenhum taxi passou por mim. Cheguei cansada, esfomeada na estação e direto no guichê pedi o primeiro trem direto para Oxford. Sim depois de 2h30 ele iria passar. Tudo bem tinha um lugar tranquilo para esperar e depois de comprar mais um sanduíche de atum e um suco de laranja, nada mais importava não é verdade?
Foi um tédio de um tamanho sem fim mas consegui ter tempo o suficiente para pensar na experiência. Valia a pena visitar cemitérios de pessoas que não sabemos na verdade muito sobre elas? Quanto Deborah sofreu? Quanto Annik sofreu? Ela teve o direito de ver o funeral de maneira reservada, penso muito nela...
Mas admiro a volta por cima da banda que logo depois fundou o New Order uma banda que até hoje realiza shows (sem Peter Hook) com músicas que todo mundo conhece (quem nunca dançou Blue Monday). 
Quando cheguei em Oxford parecia que estava chegando no Paraíso. Estava muito cansada!!! E com fome, com sede...Foram dois dias sem regras alimentares.
Se valeu a pensa? Sim hoje penso que sim! Essa viagem fez com que eu tivesse que me expressar em inglês várias vezes para contar a mesma estória. Os estudantes adoraram ouvir o que eu fiz no final de semana, descobri afinidades musicais com os meus professores na EF. Essa experiência foi demais!

40 coisas antes dos 40 - Visitar o tumulo do Ian Curtis na Inglaterra -  Mission accomplished!!!

Trees above Ian´s gravestone